Desenvolvimento de motor mais eficiente para aeronaves e potencialidades da biomassa torrefeita no II Seminário do EMaDeS

O desenvolvimento de um motor mais eficiente para aeronaves e os benefícios económicos e ambientais do uso da biomassa torrefeita para as unidades industriais foram as temáticas abordadas por Jorge Rebelo e Radu Godina, investigadores do EMaDeS no II Seminário do EMaDeS. O evento decorreu na passada quarta-feira, dia 28 de novembro, na Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI).

Jorge Rebelo foi o primeiro a intervir nesta iniciativa, onde explicou que a sua missão passa por construir um atuador aerodinâmico elétrico, que seja detentor de uma eficiência energética muito mais elevada. “Pretendemos acoplar a um motor uma hélice, trabalhar estes dois sistemas como um conjunto, fazer com que eles sejam um só sistema mais eficiente e aproveitar ao máximo as potencialidades individuais dos dois elementos”, esclareceu.

Para a prossecução deste objetivo, o estudante de Doutoramento em Engenharia Aeronáutica irá utilizar e adaptar o protótipo de um motor de veículo que foi construído pela Aero@UBI, equipa da Universidade da Beira Interior (UBI) da qual, neste ano, Jorge Rebelo foi o líder, para a participação na Eco Maratona Shell, uma prova internacional que desafia os estudantes a produzirem veículos com um elevado grau de eficiência energética.

De acordo com Jorge Rebelo, as vantagens deste motor que se propõe idealizar são inúmeras. “Sendo um motor mais eficiente do que os tradicionais, consegue aplicar a potência elétrica de uma maneira mais eficiente. Assim, a quantidade de baterias necessárias, por exemplo, seria mais baixa para a mesma operação de uma aeronave. O próprio motor usa menos materiais do que um motor tradicional, consegue-se que ele seja um pouco mais leve, a sua relação peso/potência é muito maior, ou seja, para uma mesma massa o motor consegue uma potência muito superior a um motor tradicional”, destaca.

Por sua vez, a investigação de Radu Godina centra-se na análise do potencial da biomassa e da torrefação da mesma em Portugal, mais concretamente na Região Centro do país.  O investigador de pós-Doutoramento realça que a biomassa torrefeita em pellets, possui um impacto bastante positivo a nível ambiental para as indústrias que fazem uso deste produto. “Quando as empresas e as unidades industriais que usam carvão, para a produção de calor, passam a utilizar pellets de biomassa torrefeita conseguem diminuir bastante a pegada ecológica, uma vez que reduzem a quantidade de CO2 e de outros poluentes que são emitidos na combustão de carvão”, refere.

Além disso, o investigador do EMaDeS salienta que existem também mais-valias económicas para o uso da biomassa torrefeita em pellets. “Este produto é mais eficiente, pois ajuda a diminuir os gastos energéticos das unidades industriais que o utilizam, ao mesmo tempo que obtêm um rendimento calorífico bastante maior do que com o carvão”, assume. Segundo Radu Godina, a produção de biomassa torrefeita em pellets dá um importante contributo para o bom desempenho da economia portuguesa, uma vez que “atualmente quem, em Portugal, produz este produto exporta a maior parte para países do Norte da Europa, sendo que tem um impacto económico positivo”.

A próxima etapa do trabalho de Radu Godina será “estudar o impacto positivo que esta tecnologia teve na indústria da tinturaria têxtil em Portugal, em comparação com o processo anterior ao de uso da biomassa e analisar os benefícios, nomeadamente, os ganhos económicos, em energia e em redução de poluentes e de CO2 que obtiveram”, anuncia.

Com estes seminários, pretende-se divulgar, junto da comunidade académica e da sociedade em geral, os progressos científicos que estão a ser alcançados no âmbito deste projeto de investigação e os métodos de trabalho utilizados. Além disso, procura-se também consciencializar para o contributo que esta pesquisa irá dar para melhorar a qualidade de vida da população. O evento foi organizado pelo grupo de trabalho da “Otimização de Produtos e Inovação Tecnológica Incluindo Recursos Endógenos” (pacote de trabalho WP3).

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